Por mais que as catástrofes naturais estejam sujeitas as leis impessoais e que alguns fenômenos como terremotos ou erupções de vulcões possam possuir alguma regularidade cíclica, tais manifestações da natureza sempre causam um misto de surpresa e dor ante a impotência humana. E assim a pouco mais de um mês do terremoto que abalou o miserável Haiti, novamente movimentos da terra se fizeram sentir em grande magnitude com todo seu poder de destruição , na madrugada do dia 27 de fevereiro.
Dessa vez, o Chile, país localizado sob o chamado “círculo de fogo” do Pacifico, área de intensa atividade sísmica esta sob o centro do terror, abalado por um terremoto de 8,8 graus na escala Richter, com uma potencia cerca de 900 vezes maior do que o registrado no Haiti em janeiro ultimo que teve uma magnitude de 7,0 graus, segundo leitura dos sismógrafos. O epicentro do tremor localizou-se a 35 quilômetros de profundidade a 91 quilômetro ao norte da cidade chilena de Concepción , sendo sentido na capital chilena e outras áreas do país, além de propagar tremores de menores intensidades para países vizinhos como Argentina , Peru e até o Brasil nos estados do Paraná e São Paulo.
Ainda não se sabe ao certo o número de vítimas fatais no Chile , em torno de 300 até o momento, mas imagens e relatos apontam para uma grande destruição de prédios e residências , pontes e viadutos, sobretudo na região próxima a Concepción , que enfrenta ainda problemas com o fornecimento de energia e água e serviços de telefonia. As dificuldades de se obter notícias de familiares ou amigos que residem nessa área causam angústia e desespero de inúmeras pessoas que estão fora do país, a exemplo do poeta chileno Luis Arias Manzo que se encontra no México e manteve contato com o escritor Elenilson Nascimento do blog Literatura Clandestina.
TSUNAMIS- Foram emitidos alertas de tsunamis para diversos países banhados pelo Oceano Pacifico como Chile, Equador, Peru, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Polinésia Francesa, Havaí e Japão, país atingindo por ondas gigantes em 1960, na ocasião do maior terremoto registrado no Chile que alcançou 9,5 graus na escala Richter. Foram efetivados medidas de desocupação dessas áreas ameaçadas e somente no arquipélago de Juan Fernández no Chile e nas Ilhas Robinson Crusoé , próximas ao Chile há o registro de vítimas fatais. Nas demais localidades o tsunami chegou com uma força menor do que o previsto, registrando-se ondas de até 1,50 metros de alturas.
TREMORES SECUNDÁRIOS- Cerca de 60 tremores menores atingiram o Chile após o grande terremoto da madrugada do dia 27 de fevereiro, causando pânico na população que desocupou imóveis e se instalou nas calçadas e ruas. Já o terremoto de 6,1 graus na escala Ritcher que atingiu o norte da Argentina por volta de 12:00 desse mesmo dia 27, deixando um saldo de ao menos 02 mortos, não pode ser considerado como uma replica do grande terremoto ocorrido na madrugada no Chile, uma vez que a área está situado em um sistema geológico diferente.
De qualquer forma, a ocorrência de dois terremotos em áreas próximas, aliadas a tragédia que se abateu sobre o Haiti em janeiro, podem despertar o sinal vermelho para os partidários da teoria dos finais do tempo. Apocalípticos ou não, o fato é outros sinais emitidos pela natureza ultimamente apontam para um cenário nada animador.
Em meio aos extremos do tempo sinalizando pelo rigoroso inverno no hemisfério norte, às ondas de calor no hemisfério sul emerge-se enchentes, nevascas, destruição e morte. Em virtude do fenômeno conhecido como El Nino, que provoca modificações nos padrões climáticas da terra, o verão brasileiro registra temperaturas recordes registrando-se elevados índices pluviométricos em algumas regiões e em outras, níveis extremos de radiação solar, com o conseqüente aumento da incidência de raios ultravioletas, responsáveis pelo surgimento de câncer.
Tal fenômeno climático possui uma periodicidade cíclica , ocorrendo em ciclos de 2 a 7 anos , contudo não se pode esquecer dos efeitos do superaquecimento global provocado pela ação humana que certamente está contribuindo para as alterações climáticas. Fato noticiado pelos meios de comunicação nessa última semana de fevereiro foi o descolamento de um imenso iceberg na Antártida, com metade do tamanho do Distrito Federal que flutua ao Sul da Austrália e pode causar alterações nas correntes marítimas , afetando drasticamente o clima no planeta.
Diferente desse desastre ambiental, terremotos a exemplo dos que se abateram sobre Chile e o Haiti, não esta relacionado a interferência humana, uma vez que são ocasionados pelos movimentos das placas tectônicas no interior da terra. Contudo, o que se torna evidente em tragédias naturais como essas, é que a terra é um imenso organismo vivo sujeitos a leis próprias e o homem no auge do seu desenvolvimento tecnológico é apenas um frágil componente dessa cadeia toda.
FONTES/FOTOS: FOLHA ON LINE/ UOL NOTICIAS / MSN