Lembranças a respeito de Carlos Marighella estão vivas em documentos, textos, cartas e imagens que retratam a trajetória do guerrilheiro baiano, em exibição no foyer do Teatro Castro Alves em Salvador , com entrada franca, de terça-feira a domingo, no horário das 13h às 18h até o dia 24 de janeiro de 2010. * O líder da Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo criado em 1968 com tendências comunistas e revolucionárias, , notabilizou-se no final da década de 60 pela resistência armada à ditadura militar instalada no Brasil em 1964.
Nascido em Salvador no dia 05 de novembro de 1911, filho um emigrante italiano e de uma descendente de escravos, Marighella, ainda estudante de Engenharia da Escola Politécnica da Bahia destaca-se pela ação política, sendo preso pela a primeira vez em 1932, quando escreveu um poema com críticas ao governo de Juracy Magalhães. Na década de 30 é preso novamente, perseguido pela ditadura de Vargas, é beneficiado pelo processo de redemocratização do país em 1945, elegendo-se deputado federal pelo PCB em 1946. Com a extinção do partido em 1948, tem o seu mandato cassado, passando a atuar na clandestinidade redigindo importantes documentos como “ Algumas questões sobre a guerrilha no Brasil “ e “ A crise Brasileira” , onde faz críticas a atuação do PCB na política, que estaria segundo ele, apoiada no comodismo e não no processo de lutas das classes operárias.
Expulso do Partido em 1967, Marighela participa ativamente da organização da guerrilha no país, tendo a ALN empreendido em conjunto, com o Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR -8) o sequestro do embaixador norte – americano no país Charles Burke Elbrick em setembro de 1969, uma ação que objetivava a libertação de presos políticos do governo militar.Em novembro de 1969, Mariglella foi morto a tiros em uma emboscada preparada pela polícia da repreensão no centro de São Paulo.
Revolucionário extremo e atuante nas lutas populares, Carlos Marighella também era poeta, tendo o livro ,” Rondó da Liberdade “ publicado em 1994. Seus versos são carregados de temáticas políticas e sociais, exortando a liberdade humana: “ O homem deve ser livre…O amor é que não se detém ante nenhum obstáculo, e pode mesmo existir até quando não se é livre. E no entanto ele é em si mesmo a expressão mais elevada do que houver de mais livre em todas as gamas do humano sentimento”. (Carlos Marighella)
E assim, esse líder revolucionário, de personalidade polêmica, desperta paixões e ódios , sendo cultuado pela esquerda e combatido pelos anticomunistas , em função de sua possível associação com os regimes autoritários de Cuba e antiga União Soviética. Mas a despeito de qualquer postura partidária ou ideológica Marighella foi um personagem histórico importante, sendo peça chave na luta contra um governo ditatorial que perseguia, torturava e matava seus opositores e cerceava a livre manifestação e opinião. Vale a pena assim conferir essa homenagem a vida e trajetória de Marighella, e em exposição no Teatro Castro Alves. Certamente uma excelente aula dsobre a história recente do nosso país.
* Fonte : Rádio Metrópole
Fotos: Fundação Lauro Campos
Vermelho Org
Não é a sanguenta ditadura de Cuba que irá fará esquecer as barbaridades cometidas durante a ditadura militar no nossso país. Vejo com horror a existência de pessoas que dizem sentir saudades da época dos militares. Parece que esquecem as violências, as mortes e o cerceamento da liberdade de expressão. Essa história de Marighella deve ser lembrada sim, para que não deixemos florescer a ideia de governos autoritários são melhores porque manter a ordem. Eler mantem a ordem sim, mas a custa de vidas e sangues.
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