sábado, 19 de dezembro de 2009

A FRACASSADA CÚPULA DE COPENHAGUE


Em meio a protesto de ambientalistas , discussões sobre o imperialismo e impasses entre superpontências e países emergentes chega ao fim sem grandes progressos, a Conferência sobre Mudanças Climáticas realizada na Dinamarca"


Planejada com o objetivo de realizar um acordo em substituição ao protocolo de Quioto, firmado em 1999 que propunha a redução da emissão de gases estufas, um dos principais causadores do superaquecimento global , chega ao fim, após duas semanas de negociação, a Cúpula de Copenhaque , realizada na Dinamarca que contou com a participação de 193 países. A atual Conferência do meio ambiente pretendia estabelecer metas de redução dos gases tóxicos provenientes das atividades industriais para os países que não assinaram o tratado anterior, como Estados Unidos , um dos maiores emissores de gás carbônico do planeta, abrangendo também países emergentes , como China, Brasil e Índia.

Desde o início o embate girava em torno das discussões sobre as responsabilidade dos países emergentes para o processo de aquecimento global e a obrigação de arcarem com o ônus juntamente com países que já alcançaram um nível ideal de desenvolvimento industrial. Sobre esse particular , o presidente colombiano Evo Morales , um dos participantes da cúpula, soltou farpas contra o modelo de desenvolvimento da sociedade industrial, acusando o capitalismo de ser o único responsável pelas mudanças climáticas que acometem o planeta.

Um outro ponto controverso dizia respeito à criação de um fundo internacional no montante de U$ 100 bilhões anuais, a ser doados pelos países desenvolvidos para viabilizar a adaptação dos países pobres ao superaquecimento global,. A dificuldade da aceitação de tal financiamento ocorreria em virtude de uma cláusula, que estabeleceriam controle e fiscalização externa a fim de verificar a utilização dos valores doados, medida esta, rejeitada pela China que reivindicou a prevalência da soberania interna de cada país.

PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA CP-15 –O Brasil foi um dos 193 países participantes da 15 ª Conferência da ONU sobre o clima , apresentando um programa voluntário de redução da emissão de gases com metas superiores as esperadas para os países emergentes. Em discurso na cúpula Lula criticou a falta de consenso dos participantes da CP -15 que não conseguiam firmar um acordo objetivo, salientando a posição brasileira de combate ao superaquecimento global, propondo-se , inclusive, a contribuir para o fundo internacional de auxílio aos países pobres, mesmo a custo de sacrifícios internos.

Dessa maneira em clima de total desentendimento entre os países desenvolvidos e emergentes, a CP-15 chegou aos momentos finais sem nenhum tratado importante ratificado, sendo evidente as tensões entre os Estados Unidos e a China, no que tange as metas de reduções das emissões dos gases estufas. O acordo anunciado pelo Presidente Obama, na noite do dia 18 de dezembro, como resultado dos 12 dias negociações , não passa de uma cartas de intenções tímida, onde os países que se comprometem a combater o superaquecimento global sem o estabelecimento de medidas claras e efetivas, frustrado as expectativas do que esperam a elaboração de um documento histórico em substituição ao Protocolo de Quioto.

O acordo prevê a criação de um fundo de U$ 10 bilhões por ano durante o período entre 2010 e 2012 e U$ 100 bilhões anuais a partir de 2012 a serem destinados aos países pobres para serem adotados como medidas de minimização e combate dos efeitos provocados pelas mudanças climáticas. Não há entretanto grandes avanços no programa de redução da emissão de dióxido de carbono , nem o estabelecimentos de objetivos e metas concretas de medidas para a contenção do processo de aquecimento global.
REAÇÃO INTERNANCIONAL – O acordo proposto pelos Estados Unido
s e aprovado inicialmente por trinta 30 países desenvolvidos e emergentes foi alvo de repúdio por partes de países pobres como Tuvalu, Venezuela, Bolívia, Cuba e Sudão, que se negaram a assinar o acordo, conferindo assim a ausência de um caráter unânime para as decisões de Copenhague. Também as ONGs, como WWF, Oxfam, Avaaz e Amigos da Terra, criticaram duramente o caráter evasivo das medidas anunciadas pela CP-15 e o seu proeminente fracasso em conter os desastres ambientais causados pelo superaquecimento global.

Nesse conturbado debate entre os lideres mundiais que se reuniram com o objetivo de salvar o planeta de uma catástrofe ambiental próxima, divulgou-se nos meios de comunicação, dias antes do início da conferência climática, teorias que condizem o processo de aquecimento global como resultado do aumento das emissões de gases como o dióxido de carbono na atmosfera terrestre . Para cientistas como o canadense Timotht Ball ,as teses do superaquecimento global defendidas pelo grande consenso geral , é uma fraude, uma vez que o aumento da temperatura do planeta é um processo natural, condicionado as mudanças da atividade solar.

Se a teoria do superaquecimento global pode ou não ser questionada a luz de outros estudos, é um debate a ser estendido para além dos domínios da ciência, uma vez que afeta diretamente a vida humana. Mas o fato é que os pretendidas avanços na área ambiental, esperados a partir da CP-15 , foram inibidos em uma clara prova de que interesses econômicos e políticos sobrepõem-se a preocupação com a vida de milhões e com a sobrevivência do próprio planeta.

Assim, a Cúpula de Copenhague mostrou-se ao grande público, como uma grande guerra entre superpotências decadentes e emergentes, na preservação de seus interesses imperialistas e econômicos, e não uma conferência entre líderes mundiais preocupados com o futuro do planeta. Nesse palanque de boas intenções, importante citar a participação brasileira, que se propõe a contribuir com recursos financeiros para a constituição do fundo de ajuda aos países, mesmo a despeito de sua crise social evidenciada pelo número de brasileiros condenados a pobreza sem acesso a condições dignas de vida, além é claro das próprias questões ambientais internas, como o desmatamento das áreas verdes, extinção da biodiversidade da fauna e flora a poluição dos rios e da atmosfera, entre outros.


TEXTO: ANDRÉIA M. DE OLIVEIRA

FONTES: FOLHA ON LINE

AGÊNCIA G1

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IMAGEM: GOOGLE

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