Falar que não existe preconceito racial é uma falência tão grande quanto afirmar que gozamos de todas as prerrogativas democráticas nessa nossa república de fábula. Assim, em meio às comemorações do dia da consciência negra, assistimos a uma grande demonstração de exibicionismo e superficialidade, dos que tratam tão complexo assunto, em meio às festividades de mais um palanque eleitoreiro que se arma.
E a exclusão contra os negros, esta sim, é gritante, em todos os cantos do país, em especial na sociedade baiana , estado que contraditoriamente , abriga a maior população de afro-descendentes do país , cerca de 73 % (entre negros e pardos), segundo levantamento do último censo demográfico do IBGE, estando estes indivíduos habitando, em sua grande maioria, os guetos e favelas. Preconceito nitidamente visível, a despeito do cartão de visita que se monta em torno da cultura afro, em um estado onde os grandes expoentes da chamada “axé music” são cantoras brancas ou quase brancas.
Contra essa realidade apresentam-se as políticas de reparação racial e promoção da igualdade racial, a exemplo do recém aprovado, Estatuto da Igualdade Racial , um conjunto de medidas legais que objetivam a implementação de políticas de superação das desigualdades étnico-raciais, promulgada em um país que não respeita um dos preceitos máximos da sua constituição que estabelece que “todos são iguais perante a lei”. Um emaranhado de boas intenções , assim como algumas ações de promoção da cultura de raiz afro , que em busca do regaste da merecida dignidade do negro, correm o risco de perder-se no acirramento da dicotomia racial, ao invés de proclamar a união das raças.
E em nessa sociedade dos “direitos”, onde todos querem ter direitos , o preconceito pode apresentar a outra face, contrariando todos os preceitos da miscigenação racial, tão característico do nosso povo. Nesse particular importante referência pode ser feita a campanha publicitária da grife italiana Benetton, empreendida na década de 80, cujo tema girava em torno da união de raças.
Essa foto que estampou as revistas e outdoors do mundo onde aparece duas crianças , uma negra e outra branca, alimentou a polêmica entre torno de uma possível associação do negro a figuras maléficas, pelo fato do penteado do cabelo da menina negra parecer chifres ou algo semelhante. A empresa desmentiu o fato, argumentando que justamente ao contrario do que se falavam, a imagem apresentava justamente uma feição mais angelical da criança negra.
Polêmicas a parte, o fato é que a união de raça aparece ser um assunto mais complicado do que a própria inserção do negro na sociedade, uma vez que mesmo em países pioneiros na garantia dos direitos civis dos negros, como os Estados Unidos , as uniões multirraciais ou a segregação dos negros ainda pode ser considerado um problema na luta contra o preconceito racial. Questões inerentes a uma sociedade intolerante, construída sob a égide do pensamento anglo-saxônico , que diferem em essência da realidade brasileira, onde a miscigenação racial sempre existiu desde o tempo dos Brasil Colônia e sempre foi socialmente aceito, mesmo que mascarado em denominações diversas.
E quanto ao esse dia 20 de novembro, instituído em homenagem ao lendário líder da resistência negra, Zumbi dos Palmeiras, cuja história é marcada por contradições como afirma o historiador Eduardo Fonseca Júnior em seu livro Zumbi dos Palmares, A História do Brasil que não foi Contada, ao relatar a escravidão existente dentro do próprio quilombo do Palmares? Bem que ele poderia deixar de ser uma data meramente burocrática, discutindo as questões raciais no país sob diversos ângulos, em uma sociedade multirracial, onde as políticas de promoção da igualdade atinjam a nossa totalidade de negros, pardos , brancos ou amarelos , excluídos pelo descaso e desmando de seus governantes.
A igualdade entre todas as raças é um objetivo ideal, embora dificil de conseguirmos. De fato, as políticas governamentais, mas parecem palanque eleitoral do que qualquer outra coisa.
ResponderExcluirEsse novo estatuto de igualdade social poderá ficar somente no papel como a maioria de nossas leis. È importante combater a pobreza das classes menos desfavorecidas seja estes inividuos de qualquer raça. Leo Mattos
ResponderExcluirem nosso país o maior inimigo do povo se chama imprensa, a mídia sempre fala dos heróis da ditadura que apanharam e aquele blá blá blá , mas o que acontece nas periferias e com o povo em geral? e o que a polícia que eles comandam fazem com este povo? bom se tivessem apanhado mesmo pensem bem as coisas seriam mais justas mas a mídia esta mesma mídia faz o povo da novelas parecerem europeus será engenharia social pois é na cara grande qual será nosso racíocinio para a palavra LOIRA automáticamente relacionamos com beleza e então NEGRA sei que existem pessoas belas e feias de todas as raças mas a midia é a vilã da história e sabe o que acho mais triste é o próprio negro encher a boca do dragão para depois se queimar com ele por que a televisão brasileira só ferra o pobre ! e ainda mais por ai tem gente que dá uma de ladrão e se diz ajudar os negros e mesmo assim se acham RACIONAIS.
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