terça-feira, 13 de outubro de 2009

A VOLTA DO CRISTO EM MEIO AOS MERCADORES DA FÉ


" Um Sócrates, pós- atual, em sua incansável busca pela verdade, era disso que precisávamos! Assim como Jesus Cristo, o filósofo grego desafiou os dogmas e padrões comportamentais de sua época, pagando com a vida o preço por desvelar a essência oculta da nossa pequenez cotidiana."
Por Andréia de Oliveira

Em meus devaneios e alucinações filosóficas, gosto de imaginar como seria a vinda de um Cristo, nessa era da fé vendida em anúncios luminosos das bancas de revistas da esquina. E ele surge assim em meios as visões enigmáticas do personagem Neil do filme Matrix, um herói cibernético a perturbar toda a falsa estrutura das cores e formas dos programas que comandam nossa realidade.
Da mesma maneira que o destemido Neil, esse Cristo dificilmente seria encontrado no staff das organizações estatais ou nas fileiras das seitas convencionais, tamanha a sua incompatibilidade com as linhas mestras desse mundo. Gosto de imaginá-lo, quem sabe, como um filósofo maldito, desses que surgem de tempos em tempos, lançando fechas de luz sobre os sórdidos caminhos de trevas da humanidade.
Um Sócrates, pós- atual, em sua incansável busca pela verdade, era disso que precisávamos! Assim como Jesus Cristo, o filósofo grego desafiou os dogmas e padrões comportamentais de sua época, pagando com a vida o preço por desvelar a essência oculta da nossa pequenez cotidiana.
Há muitas e muitas semelhanças na história dessas duas personalidades - Jesus e Sócrates – que se perdem nas imagens das santidades divinas, construídas pelos adoradores dos deuses de aço. Assim, antes de confiar na idéia do “filho de Deus”, prefiro desviar minha atenção para a saga dos “filhos dos homens “ , estes seres que surgem assim tão próximos a nós com o intuito de libertar-nos da lenda pecado mortal que se esconde na nossa própria consciência.

Não que não acredite na lenda dos anjos caídos exilados do paraíso do Éden e outros símbolos referentes à perda da perfeição humana. Como ele bem disse não pertencer a esse mundo , também nós não, embora aqui permanecemos acorrentados em nossas limitações milênios e milênios a fio, repetindo as fórmulas mágicas importadas dos xamãs e sacerdotes do medo.
Recuso-me a crê na imagem arquitetada do “filho de Deus”, em seus incessantes apelos materialistas, tão viva é a lembrança da antológica cena bíblica da expulsão dos mercadores do templo. Contradições estas, que se afloram na era do comércio da fé, entre tantos outros falsos profetas que aqui estão em seu nome.
Por isso mesmo interrompo por instantes esse utópico sonho da redenção da humanidade, através da chegada de um nobre guerreiro viajante do tempo. Constato simplesmente que se esse Cristo aqui estivesse jamais seria reconhecido pela maioria daqueles que se dizem seus seguidores.





4 comentários:

  1. Jesus é a luz do mundo, o filho de Deus e o nosso Senhor Salvador. Não se pode comparar ele com essas fantasias de cinema. Nenhum filósofo será igual a ele porque ele é o filho de Deus. Jesus Salva! Deus é fiel.
    Francisco

    ResponderExcluir
  2. Muito do que se falou na bíblia é somente arquetipo do inconsciente coletivo, existente em outras religiões. Jesus foi um ser iluminado, mas assim como nós humano. Teve um papel importante nessa era peixes Acredito que esse novo Cristo de que fala surgirá como um grande avatar da era de Aquario.
    Antonio R+C

    ResponderExcluir
  3. Meus parabéns por tamanha analogia!!! E assim como na Relatividade Geral o novo Messias surgiria em tempos que o espaço não seria compatível com sua esperada grandeza de pensamento. Nasceria e morreria, ao menos se coisas fantásticas acontecerem, pois a ilusão da imagem é o novo espelho do povo...
    Paz
    Felipe Galvão.'.

    ResponderExcluir
  4. Se não ousarmos é preferível tomar cicuta!
    A humanidade sempre criou um herói e essa necessidade nasce juntamente com a idéia de Poder.
    Todas as civilizações antigas sempre estabeleceram em seu sistema social a idéia da correspondência hermética, tanto é que lei-religião-arte se confundiam nas interpretações...
    Sócrates e Jesus foram pessoas que sentiam essa lei da correspondência, mas ousaram! Não deixaram que a ela tivesse mais importância que o mundo ideal!
    Ambos pensavam em um mundo Ideal, mas não corrompiam o seu livre arbítrio, coisa que até hoje a humanidade padece de uma liberdade controlada pelo próprio sistema social que criaram!
    Às vezes, é preferível tomar cicuta, é preferível morrer na cruz, não como submissão, fraqueza, subjugação, omissão. Mas pela simples certeza de quem você é!Por ter ousado e deixado a lança no peito para mostrar que tudo é transformação!
    Será que isso é suficiente?
    Será que tudo também não passa de um sonho, como em Matrix e não acordamos? Será que Jesus realmente existiu da forma que é contada? Há muita fantasia nesta história e por conta desse poder, foi deturpando ainda mais, enchendo a humanidade de culpa, apego e medo!
    Na realidade talvez sejamos ainda o vírus de Matrix que se alimenta do seu próprio hospedeiro! Mas ainda assim caminhamos... Lentamente para Hades e é lá que realmente vamos saber que a redenção existe!
    Tanto é que Jesus e Lúcifer são a mesma coisa em si. Onde há luz há sombra e se não analisarmos essa sombra, não veremos a luz. A natureza mostra o caminho!

    Cris

    ResponderExcluir