sábado, 14 de novembro de 2009

O LADO OBSCURO DA INTERNET

Intrigas, ofensas e futilidades contradizem o conceito da inteligência coletiva formulado por Pierre Lévy.Por Andréia de Oliveira*
O excesso de otimismo de Pierre Lévy, um dos mais importantes filósofos da atualidade, com relação à internet, é embasado no interessante conceito da inteligência coletiva formada através dos ciberespaços, local, por excelência, das relações virtuais, onde as informações interagem, complementam-se e modificam-se por meio da incessante cadeia de interações do conhecimento humano.
Segundo Lévy, o surgimento da informática, em especial da internet, potencializa os atributos da cognição humana, favorecendo o intercâmbio de informações, em um processo de universalização cultural que se configura plena em sua ausência de totalidade ou direção.
De fato, as profecias de Lévy a respeito da emergência da cybercultura como um universo livre de troca e aglutinação do conhecimento é justificado, em parte, pelo fortalecimento da internet como um meio ativo do fortalecimento e propagação da cultura humana, através do qual é possível a interação dos saberes humanos, em uma dimensão jamais imaginada a séculos atrás. Emerge-se assim as enciclopédias virtuais, os e-books, os fóruns de debate, os sites jornalísticos e culturais, onde qualquer pessoa esteja no interior do país ou nos grandes centros urbanos do mundo tem acesso em tempo real, possibilitando a democratização do conhecimento, antes restrito por limitações geográficas, econômicas ou sociais.
Contudo, por mais positivo que possa parecer as perspectivas desse universo cibernético, importante ressalva deve ser feita ao elemento balizador dos opositores das ideias de Lévy, no que diz respeito à visão otimista acerca da evolução positiva da internet. Tais opiniões repousam justamente na quantidade de material de qualidade duvidosa que veicula na rede, a exemplo dos conteúdos fúteis de sites de variedades, da superficialidade dos sites de relacionamento, exposição e divulgação de pornografia (inclusive infantil) ou da apologia à violência, entre outros.
Por mais contraditório que seja o ciberespaço de Lévy, local destinado a aglutinação das culturas, transforma-se, assim, em um veiculo midiático de exposição de celebridades instantâneas, arrogantes na maioria das vezes que se utilizam de sua projeção na rede para divulgar suas ideias descabidas, preconceituosa e ilusórias. Refiro-me aos pseudos-intelectuais da net, dos chamados formadores de opiniões - ao menos para o seu clã inculto de asseclas - que no seu auge de uma autoridade que se oculta por detrás de uma identidade virtual, julgam-se no direito de sentenciar o veredicto final sobre o quer que seja.
Essas figurinhas, em geral nerds globalizados com toda a estupidez do espaço cibernético, são acometidas da síndrome do narcisismo, passando a refletir nas distorcidas imagens dos monitores dos micros-computadores o espelho inacabado de suas pretensas grandiosidades. Seu habitat natural abrange o confortável universo dos blogs, sites, comunidades virtuais onde se armam da munição espúria dos escândalos, polêmicas ou ofensas, de maneira que possam garantir a sobrevivência de uma genialidade, quiçá questionável.
Assim, em meio a imagens projetadas artificialmente, proferem seus discursos evasivos provocativos de polêmicas estúpidas e considerações um tanto quanto desnecessárias. Falo com certo conhecimento de causa, pois recentemente tive meu nome envolto nessa rede de intrigas da internet, simplesmente porque emiti uma opinião sobre o talento de um jovem escritor e jornalista, vítima de insultos, xingamentos e ofensas por um suposto plágio de um texto devidamente referenciado com a fonte, publicado no Literatura Clandestina, acrescido de um pequeno comentário do autor do blog.
Não cabe aqui qual alusão ao referido episódio “do plágio” que sequer existiu de fato, já que esse assunto já foi devidamente explorando, comentado e esclarecido. Mas, cabe sim, um questionamento a respeito dos arrogos dos falsos moralistas que se muniram de argumentos vis e mentirosos na tentativa de contra-argumentar o suposto erro com outro maior ainda, perdendo-se no ambiente de uma ética inexistente das relações virtuais, onde as identidades reais são preservadas por perfis falsos.
Sei que falar em ética nos dias de hoje é algo surreal, já que parece que vivemos sob a égide dos justiceiros e sua moral de conveniência, que fazem valer a máxima de Maquiável em seus protestos insanos por uma justiça que, com certeza, eles não saberiam vivenciar. E, assim, prosseguem em suas aparições sensacionalistas das celeumas pré-fabricadas da internet, afrontando seus opositores com o mesmo afã daqueles que perseguiam uma mulher adúltera nos tempos de Cristo e não resistiriam, com toda certeza, ao célebre teste do “atire a primeira pedra”, tamanha as suas levianiedades, insensatezes e soberbas.
Mas falar de Jesus Cristo, nos tempos de hoje, é um assunto um tanto quanto anacrônico - mesmo para aqueles que se dizem seus seguidores- no mundo globalizado e conectado com as últimas novidades que permeiam a internet. E, dessa maneira, caminha a sociedade descarregando todo o seu artefato moralista contra as pernas da estudante da Uniban, que anda aproveitando bem os seus quinze minutos de fama, tornando-se a celebridade da vez desse universo efêmero e superficial.
Estranha, doente e contraditória moral de uma sociedade que elege a sexualidade como elemento máximo, ao menos tempo que a reprime como se fosse possível dissimular sua própria amoralidade, que se ocultar na platéia dos espetáculos deprimentes e escusos, exibidos com toda exaustão e sensacionalismo nos canais midíaticos da rede mundial de computadores.
E, enquanto isso, assistirmos a predição de Pierre Lévy a respeito da INTELIGÊNCIA COLETIVA, transformar-se em um ideal distante e imaginário de uma era longínqua, onde quem sabe as idéias possam ser sabiamente debatidas e a circulação da informação seja motivada pelo anseio de elevação do conhecimento humano.

sábado, 7 de novembro de 2009

ANDREIA DE OLIVEIRA ENTRE OS MELHORES POETAS DE 2009 DA CBJE


O Panorama Literário Brasileiro do ano de 2009 da Câmara Brasileira de Jovens Escritores publicará o poema “ A rosa dos ventos dos Lamentos Racionais” de autoria da poetisa Andréia de Oliveira.

A câmara Brasileira de Jovens Escritores, selecionou o poema “ A rosa dos ventos dos Lamentos Racionais “ de autoria de Andréia de Oliveira, publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos nº 57, para participar de uma publicação que reunirá os mais belos poemas do ano de 2009. Participou dessa seletiva 500 poemas, inscritos no período de novembro 2008 a outubro 2009 , submetidos à Comissão Permanente de Avaliação da Câmara Brasileira de Jovens Escritores juntamente com 06 grupos especiais , composto por 10 leitores em média, que atribuiu notas de 10 a 50 para cada obra avaliada. As obras melhores pontuadas estarão reunidos no “Panorama Literário Brasileiro”, a ser lançado em dezembro de 2009, um documento histórico da CBJE , editado todos os anos desde de 2004 , com o objetivo de registrar os melhores poemas inscritos em suas seletivas.

Fonte: CBJE


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O RENASCIMENTO DAS LETRAS BAIANAS PELAS MÃOS DO HEREGE ELENILSON NASCIMENTO

“Nessa nossa débil cultura baiana da alegria extasiada, estampada nos rostos dos que correm atrás do rio, eis que surge o proscrito maldito: a escrita realista, sagaz e inteligente do escritor baiano Elenilson Nascimento.”
Por Andréia de Oliveira

Já se passaram muitos carnavais desde que Luís Caldas inaugurou, por meio dos passos estranhos do fricote, o Reino do Axé na Bahia, decretando, assim, a veiculação da ideia, comprada quase que imediatamente pela mídia nacional, da suprema alegria do povo baiano, como se todos aqui vivessem em um estado de êxtase coletiva com braços para cima correndo atrás do último trio elétrico.
Errônea ilusão dessa nova terra de faz-de-conta, tão insana que é capaz de seduzir a juventude aburguesada do “sul-maravilha”, arrastando ainda a molecada dos desfavorecidos dos quatro cantos do país, que todos os anos lotam essa centenária cidade em uma peregrinação profana rumo a uma meca imaginária.
E, assim, sobrevivemos em meio aos cabelos reluzentes das deusas do trio elétrico de plástica perfeita e dança irretocável, rememorando os grandes feitos dos heróis da inteligência do passado, bebendo esse nosso café requentando de cada dia, salvo as opções extras do nosso menu artístico, que vez por outra, surgem para nos aliviar dessa nossa letargia cultural.
E a Bahia, essa terra mística da magia que amarga as mil contradições dos filhos da senzala, tão sabiamente retratada no passado por meio dos romances histórico de Jorge Amado, produz, de tempos em tempos, os filhos da indignação que por seu olhar crítico e audaz destrincham e desmontam os alicerces da sociedade.
Nesse contexto, insere-se o livro do escritor baiano Elenilson Nascimento, “Memórias de um Herege Compulsivo” (Clube dos Autores), uma coletânea com 30 contos de estética original e conteúdo polêmico, que nos remete ao âmago das raízes obscuras do gênero humano, em sua capacidade impar de gerar os males de uma sociedade que a cada dia agoniza mais, vítima da metástase das células cancerosas do seu próprio ser.
São histórias emocionantes, resgatadas da cruel realidade que não ilustram cartões de visitas, narradas em linguagem crítica e sagaz, recheadas de metáforas envoltas em tons de lirismos perdidos das letras.
Mas o grande diferencial, entretanto, desse autor baiano, seria a sua habilidade em contextualizar suas histórias em face dos diversos aspectos da sociedade atual, penetrando em questões inerentes aos aspectos psicológicos, sociais, políticos e educacionais. Nesse sentido, seus personagens seriam o pano de fundo para a expressão de sua voz consciente, audaz e inconformada, ecos de um dos poucos sobreviventes de uma geração que não se rendeu aos apelos do sistema, nem a superficialidade das idéias presentes , que surgem tão vivamente nessa nossa mórbida cena cultural baiana, enaltecida, apenas por nomes consagradas de um distante, passado de efervescência intelectual, criativa e musical. (“MEMÓRIAS DE UM HEREGE COMPULSIVO”, de Elenilson Nascimento, 303 págs, Rio de Janeiro, 2009 – Clube dos Autores)
>>> CLIQUE AQUI e adquira o livro direto com a editora. AQUI e conheça o blog do livro. E baixe AQUI também o CD “Poemas de Mil Compassos Vol. 1”, com organização de Elenilson Nascimento e vários poemas recitados e muitos bônus tracks.
fonte: A. de Oliveira/Voos da Alma

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

MENÇÃO HONROSA NA ACADEMIA DE LETRAS DO RECÔNCAVO

A poetisa Andréia de Oliveira receberá um prêmio de menção honrosa da Academia de Letras do Recôncavo pelo seu poema Dualidade.
O poema “Dualidade” de autoria de Andréia Melo de Oliveira , receberá um prêmio de menção honrosa pela participação no IV Concurso de Poesia da ALER/2009, em homenagem ao poeta nazareno José Bonfim. A instituição que possui sede em Santo Antonio de Jesus – BA, englobando outros 14 municípios da região do Recôncavo Baiano, promove um importante e louvável trabalho de incentivo aos novos escritores, facilitando a publicação de seus livros.
O título em questão, o poema “Dualidade” que juntamente com outras obras dos 10 autores selecionados pela comissão de avaliação do concurso será publicada em livro editada pela ALER, aborda as contradições inerentes à vida, das partes separadas do todo e da ânsia inexorável ao retorno sublimado em diversas nuances e situações:
“ .....Acredito que toda obra prima guarda um quê de imperfeições ,
Como o Adão de Michelangelo retratado após o seu gozo lúdico da separação.
Criador e criatura recriam o amor e o amante,
O instante do êxtase inicial sublimado pelos acenos constantes e distantes;
A reproduzir as juras dos enamorados de outrora......"
(in Dualidade, Andréia de Oliveira)




A CARTASE DAS PALAVRAS

Poetisa participante da Antologia Poética " Poemas de Mil Compassos" , Cristiane D'Eça Moreira retrata a busca pela identidade humana em meio aos códigos da linguagem moderna

A visão sensível e criativa do universo feminino em seu modo poético de investigar o mundo, sobressai-se de forma surpreendente e livre na sua tentativa precisa de humanizar os sinais e formas do pensamento racional, marca dos tempos presentes. Cristiane D’ Eça Moreira projeta-se em alma e essência sobre a realidade apática da era cibernética, traduzindo-se por inteiro em meio às palavras importadas de língua estrangeira, que ganham em sua obra um significado especial.
O poema “informaticonto”, de sua autoria , publicado na Antologia Poética “ Poemas de Mil Compassos” da Coleção Literatura Clandestina é um perfeito sinalizador da angústia pós-moderna. Um anseio de liberdade em sua busca pelo regaste da complexidade interna do homem em meio a exatidão dos códigos vazios presente na linguagem dos computadores: “ só sei que salvei-me em arquivos vazios” ( in Informaticonto, "Poemas de Mil Compassos) .
A poetisa Cristiane d´Eça Moreira, é professora , bacharel em letras com título de especialização pela Universidade Federal da Bahia na área de Língua Estrangeira, a máster pela Universidade de Salamanca na Espanha, trabalhando com seus alunos em sala de aula a produção de textos, sobretudo literários. Escreve versos, refletindo situações recriando emoções através da utilização original das palavras.
Poetizando
Cristiane D'Eça Moreira
Fico parado , as vezes calado
Buscando um arasmo...
Dos versos sem termos
Para os pensamentos no êrmo
É o poeta cantarolando,
No infinito pensamentando
E descobrindo o seu mundo mudo
E gerundiando tudo
E colocando o verbo no gerúndio
Realizando mais que o infinitivo
Só caminhando nesse prelúdio.
Revitalizo. Cantando, brincando
e sorrindo e amando,
e deixando uma catarse vindo.





terça-feira, 20 de outubro de 2009