“Há dois problemas que me angustiam como alguém que professa a educação: a banalização do ensino superior sem qualidade, as investidas do governo em legitimá-las, o que acontece é que a escola perdeu o seu lugar, antes tínhamos vestibulares que eram ritos de passagem e difíceis, hoje ensino superior virou feira livre de um país que é uma pocilga, não há investimento, não há qualificação...” (Anna Carvalho)
1 ) Prazer em falar com você. Agradeço a oportunidade de me conceder essa entrevista. Assim que li a resenha do Elenilson sobre o livro de vocês , tive uma enorme curiosidade em saber sobre o processo criativo do “Clandestinos” ,um projeto original e ousado. Como ocorreu essa gestação de dois personagens opostos e complementares como o Frederico e Fernanda Feeling, escrito por dois escritores diferentes? Seria justamente essa
diversidade que contribuiu para a unicidade temática do livro?
da voz de algumas personagens e da revolta que eu tinha no meu processo subjetivo que eu alvejei em Fernanda.
Esse livro é original porque foi feito por duas cabeças bem reticentes em relação ao que a vida traz como trivial, temos uma revolta compulsiva, sumária e fizemos Clandestinos por e-mail; Ele com Frederico, eu com Fernanda( mas ,nada de ser um livro de gênero ou com discurso sexista) , nós com capítulos diferentes ,mas numa parte do livro ,nós fizemos a história juntos, lembro-me que pedia a Elenilson para não matarmos a Fernanda ,não vamos fazer com que o amor entre eles seja consumado, enfim Clandestinos foi a nossa epifania.
2) O livro clandestino fala da história de amor entre dois personagens ambientada em período rico e bastante significativo em termos culturais como os anos oitenta, expoente ainda de importantes alterações comportamentais. Foi a década em que o país assistiu ao início de um processo de democratização contrapondo-se ao autoritarismo do período anterior , ao mesmo tempo em que a epidemia de A.I.D.S parece surgir como um freio a liberdade sexual, velha bandeira da juventude na década anterior. Fale um pouco sobre as impressões sobre os anos oitenta presentes no livro.
3) Recentemente você escreveu um texto sobre a Fernanda Feeling postado no blogue Literatura Clandestina que fala sobre o nascimento da personagem. Quem seria a Fernanda Feeling? Uma personalidade oculta da escritora ou uma mera projeção dos desejos, sentimentos , sofrimentos e ideais de uma época?
4) Em se tratando de personagens conte-nos um pouco sobre como ocorre o seu processo de criação. Você acredita que a literatura é fruto da internalização de conceitos e ideias que nascem do contato com meio ou uma percepção mais subjetiva do escritor em seu processo de interpretação da realidade?
5) Você como escritora e professora baiana tem contanto de perto com a realidade da cena cultural soteropolitana , baseada atualmente no predomínio da indústria do axé e dos seus derivados que pecam pela mediocridade e mesmice ,em sua tentativa de universalização de um estilo musical e da imposição da ideia do espírito da eterna alegria de um povo carente em todos os níveis.No passado recente já fomos representados no cenário nacional e internacional por nomes como Jorge Amado, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Glauber Rocha, Raul Seixas , Tom Zé , Marcelo Nova e o Camisa de Vênus...... . E hoje onde estaria a nossa identidade cultural ou a vida inteligente de nossa metrópole? Quais seriam suas referências culturais contemporâneas dentro da cultura baiana?
Dentro da cultura baiana gosto de Elenilson Nascimento (ainda o vejo nas ruas da minha cidade em dueto de anarquia), Aninha Franco, Malu Fontes, João Ubaldo Ribeiro, Herberto Sales, Antônio Mateus Carvalho, sociólogo genial e muito jovem. Não vejo uma identidade muito reflexiva em nossa cidade, a não ser nos circuitos de arte (sempre alternativos ou de contracultura).
6) Um dos grandes problemas que enfrentam os jovens escritores atualmente diz respeito às dificuldades de inserção em um mercado editorial cada vez mais restrito e balizado por critérios outros que não estão necessariamente relacionados à qualidade dos textos ou a talentos literários. Não sem razão surgem outros canais de divulgação da literatura , sobretudo na internet, como blogues, rede de relacionamentos e outros. O que você pensa sobre essa realidade?
7) Creio que outro grande problema que enfrenta os bons escritores em sua tentativa de inserção no mercado diz respeito a proliferação dos livros de auto-ajuda , da literatura descartável e dos fenômenos de vendagem tipo “ bruna surfistinha” que encabeçam a lista dos mais vendidos. Comente.
8) E o que você pensa sobre o sucesso de livros da escritora Stephenie Meyer, como “Crepúsculo” entre os jovens e adolescentes. Seria um fenômeno que revelaria a superficialidade dos interesses dos jovens leitores , reféns de modismos ditados pela mídia? Isso poderia gerar impactos para a formação de um público leitor adulto que não estaria habituado a leitura mais reflexivas , críticas, contextualizadas com a realidade?
9) È bastante comum nas gerações passadas a crítica aos aspectos inovadores , contestadores ou irreverentes das gerações presentes ou a condenação de novos padrões comportamentos que surge no seios das novas realidades que se desenham. Foi assim com o movimento da contracultura dos anos 60, 70, inspirada em valores coletivos e em um modelo de sociedade alternativo que em muito desagradou os setores mais conversadores da sociedade. No entanto hoje os jovens parecem retornar a antigos valores sendo nítido o individualismo, a apatia, a ausência de crítica ou de quaisquer outros indícios de consciência política. Comente.
É o que acontece com Fiuk da Malhação ID, não há identidade ali, porque importaram, pela falta de gente de talento, de anarquismo, os nossos ícones, a nossa música, meninos que entendem que o CQC é de contracultura, ele é o Pânico na TV requentado, que é um arremedo crasso do TV Pirata que conseguiu derrubar farsas como a de Colllor. Eles, por não terem algo substancial, acolhem o trivial, o clichê, infelizmente quem cresceu vendo o excelente Renato Aragão e sua fase chapliniana, Chico Anísio (que cometeu a gafe de deixar de legado, Bruno Mazzeo), enfim esses são representantes de contracultura, e nós , da nossa geração ,não tínhamos acesso a Internet, e não queríamos ser alienados, discutíamos política ,assistíamos aos debates entre Lula, Afif e Collor, enfim mudança de país ,também tem que vir de um desejo subjetivo de consciências.
10) Outro aspecto que observo em um comparativo com as gerações passadas e as presentes diz respeito à vivência da sexualidade. Enquanto nos anos 70 o sexo era visto como forma de contestação, hoje está banalizado, explorado nos meios de comunicação, às vezes em horário nobre, e inserido dentro do contexto lucrativo dos mercados. Seria essa uma característica do sistema absolver qualquer forma de contestação, tornando-a uma coisa banal?
Você acaba definindo a linha de análise com as suas observações fantásticas, o sexo, que até então, era uma forma de contestação, de símbolo de liberdade sexual com a pílula, o gênero se rebelando, a condição refinada e revolucionária dos Hippies e hoje fazer sexo é não fazer escolhas, banalizou-se a incapacidade de questionamento ao sistema, e isso é um aparelhamento ideológico sofisticado, a contestação fica relegada a quem seja chato, infelizmente venceram os dramas de horário nobre, as votações nos paredões do BBB, o Pânico na TV, CQC, esses são os modelos de contestação de agora ,só que esquecem que eles são cooptados e personificam as elites.
11) Vejo uma grande contradição dentro da sociedade atual , ao mesmo tempo em que institui leis rígidas e realiza campanhas contra a pedofilia, estimula nas crianças e adolescente o desenvolvimento de uma sexualidade cada vez mais precoce. Falo nos apelos eróticos expostos em horário nobre da mídia e na idolatria por parte do público juvenil de artistas que usam e abusam de roupas e danças sensuais ou ainda de musicas apelativas com mensagens de duplo sentido e conotações pornográficas, como é o caso do pagode, do funk, entre outros. Comente.
Outro dia vi embasbacada uma conversa entre Magno Malta e um pastor, e esse homem que se diz um arcanjo contra a pedofilia tinha um discurso crasso e homofóbico, ou seja ,salva com uma mão e pune com a outra. Nunca se viu tantos casos de pedofilia no Brasil e isso vem de uma saga da mídia em especular a violência, banalizando-a. Eu vejo meninas precocemente maquiadas, deixando suas bonecas e matando a infância, a ingenuidade, graças ao poder da mídia,das novelas, dos ídolos momentâneos,do ficar, da sociedade de grupos, de shopping, do buling e de virtualidade, dá medo de entender o meu país vendo essa geração de hoje, é claro que eu tenho alunos jovens e muito bons compenetrados e que vão pagar o preço por não serem alienados, mas a maioria está entregue às unanimidades e decisões globais.
12) Ainda falando em jovens , como você na condição de professora de português e literatura observa essa tendência ao superficial e ao imediato dos dias atuais? Você encontra dificuldades para trabalhar com Machado de Assis e toda sua complexidade das abordagens psicológicas em sala de aula com seus alunos pertencentes à era da informação e seus inúmeros apelos da linguagem cibernética?
Eu, sendo professora de Literatura , trabalho e vivo do passado, de estabelecera relação identitária memorialista que tanto nos falta, de ver o país do séc.XIX e o de hoje, procurei fazer algumas “sabotagens” (não sei se boas ou más),mas consigo trabalhar Cadernos Negros com o tapa na cara que Helena recebeu de Tereza na novela de Manoel Carlos, ou seja recomendo a obra clássica vazando a Literatura com a realidade ,a atualidade , humanidades. Tem surtido efeito , os alunos precisam, pelo imediatismo, virtualidade, a rapidez, que as disciplinas sejam justificadas,enfim faço o que posso para ter diálogos importantes e justificar os clássicos, meus objetos de trabalho e investigação.Tenho dificuldade de trabalhar com um autor do séc.XIX que diz que a essência não agüenta tinta, mas transponho e peço deles, o seu elemento de reivindicação e revolta ,de contestação que também são condições inerentes aos jovens. Quanto à tecnologia também faço algumas “sabotagens”: uso vídeos, cenas de novelas, trabalhamos analogias, várias fontes e o elemento virtual nas minhas aulas, acho que o professor tem que se aproximar do universo dos alunos e faço isso com prazer e trabalho numa escola que também faz essa aposta inédita e de vanguarda,claro sem esquecer o grande objeto da Literatura , o texto escrito, a palavra, a sua locução, ideologia subjacente.
13) Desde da época de estudante observava que alguns conteúdo abordados pela escola eram de difícil acesso para a maioria dos estudantes pois não diziam respeito diretamente ao universo de interesses e necessidades em que viviam. E agora trabalhando com jovens e adolescentes vejo inúmeros obstáculos na abordagem de determinados assuntos mais abstratos cujo foco não tende ao imediatismo. O que você pensa sobre isso? A educação não estaria acompanhando a evolução da sociedade? Valeria a pena investir em um modelo de educação voltada para a formação de uma cultura universal ou os conteúdos poderiam ser flexibilizados , contextualizados diante de necessidades específicas?
Para mim essa discussão é útil e resolvida na prática, porque trabalho numa escola que entende e pratica a educação politizadamente e investindo em tecnologia ,não como um placebo, mas como uma realidade atuante e que tem resultados prodigiosos. Os conteúdos são os mesmos desde a minha época de estudante e são necessários, acho que o álibi na educação moderna, é compreender o sentido da sua agenda programática e o serviço às humanidades e fazemos isso, mérito de uma escola que investiu na desburocratização do espaço da sala de aula, claro que sem perder o cerne da educação, isso é competência.Aliás, eu não sobreviveria aos dogmas de uma educação pouco renovada.
14) Como você vê a expansão do ensino superior ocorrida no país nos últimos tempos? Aumentou-se o número de ofertas de vagas, ampliando-se a faixa da população beneficiada, contudo é grande o continente de indivíduos com curso superior completo que não são absolvidos pelo mercado. Em contraste com isso, sobram vagas em áreas ligadas a tecnologia , engenharia ou biomedicina, por exemplo. Infelizmente é nítida a ideia de que o ensino superior sequer consegue suprir as exigências do mercado de trabalho, muito menos contribui, em uma acepção mais ampla, para a formação de cidadãos críticos , conscientes e atuantes. Comente.
Há dois problemas que me angustiam como alguém que professa a educação: a banalização do ensino superior sem qualidade, as investidas do governo em legitimá-las, o que acontece é que a escola perdeu o seu lugar, antes tínhamos vestibulares que eram ritos de passagem e difíceis, hoje ensino superior virou feira livre de um país que é uma pocilga, não há investimento, não há qualificação, o governo sabotando com o ENEM fácil e que lobotomiza a educação na dicotomia entre escolas públicas e particulares. Os alunos não se sentem mais estimulados a estudar porque tudo ficou mais fácil, sem falar nos CPAs da vida. Jovens ,cada vez mais jovens , tendo que escolher suas profissões; escolhas definitivas para mentes jovens, confusas e o nível de estudo cada vez menos exigido, o exame da ordem dos advogados é uma prova que desabona a pouca qualificação do Brasil diante da educação como um todo. A educação causa medo, sempre causou, por isso tem que ser banalizada e desqualificada, com professores sendo vítimas de assédio moral, envenenamento, escola pública funcionando como força policial para remediar diversas violências e alunos violentos.
15) Em um artigo publicado na Revista Veja , Gustavo Ioschpe , levanta a questão do ensino-cidadão , questionando quanto a responsabilidade ou capacidade da escola em atuar como formadora do caráter do aluno e a conseqüente inclusão no currículo escolar de disciplinas ligadas a ética e a cidadania. Segundo ele seria fundamental a ênfase em ciências exatas ou aquelas ligadas a inovações tecnológicas, vez que lições de ética e moral deveriam ser aprendidas em casa. Você concorda com isso? A educação deveria ser voltada a um âmbito mais integral ou apenas voltada a inserção no mercado de trabalho?
Ultimamente acho que a educação está sendo vista como todo o remédio para os diversos males da sociedade, pais que não atuam , impõem à escola a atuação, o limite; ausências têm que ser correspondidas pela escola, mas acredito na Escola como uma saída revolucionária e transformadora, claro que não sozinha, sendo refém de várias cenas sociais, mas como parte imprescindível para a formação de cidadãos; a escola é um grande modelo social, ainda acredito nessa estrutura como elemento perpetuador da ética, moral e respeito. A educação já foi instituída aos diversos planos da sociedade, ela tem que cumprir alguns ritos, mesmo sem ter a obrigação para isso, acho que tudo está sendo depositado na conta da escola e não deve ser assim, os papéis sociais devem ter seus lugares.
16) Li alguns textos seus postados no Literatura Clandestina e percebi que você possui uma visão sagaz da realidade que diference em vários aspectos do senso comum. Em uma dessas crônicas você fez críticas ao Programa CGC que não foram bem aceitas pelos leitores do blogue. Percebo que existe hoje em dia uma espécie de censura velada que silenciosamente a um pensamento único, a ideia única , a um comportamento único, onde posturas contrárias a nós ou ao nosso grupo sequer merecem ser ouvidas ou analisadas a luz da razão sem qualquer partidarismo, sendo de pronto rejeitadas. Comente.
Obrigada, uma vez que vi nas suas colocações muito do meu olhar cáustico diante da realidade. Em ocasião desse texto, mandei um e-mail para Elen( Elenilson) achando uma absurdo que pessoas que lêem o Literatura Clandestina possam ter uma postura leitora tão limitada, o que menos importou foi a declaração racista, mas a crítica ao programa da TV aberta, depois vi que eu não tenho que me preocupar, porque a censura não velada- ela é explícita, covarde, dominante e sofisticada-, revela que as pessoas não sabem ler, ou entendem o que querem,e isso não é problema meu, mas da debilidade de algumas pessoas em estarem totalmente alienadas, e eu não cheguei até aqui me preocupando com leitores que não sabem ler, mas me preocupando em estar num lugar (Literatura Clandestina) que resiste pelas cabeças inoportunas para a sociedade asceta e demente.
17)Você partilha do otimismo do filósofo Pierre Lévy com relação às possibilidades da formação de uma inteligência coletiva a partir dos ciberespaços , locais das relações virtuais que surgem no seio da rede mundial de computadores? Onde estaria essa inteligência coletiva quando se observa que grande parte do conteúdo da internet é composto de materiais pornográficos, fúteis , superficiais voltado para a vida das celebridades instantâneas ou que fazem , ainda, apologia a violência , a drogas e a pedofilia? Dentro desse contexto, qual seria a sua opinião sobre redes de relacionamentos, em especial o “twitter” , a nova febre entre os internautas brasileiros, que por vezes costuma protagonizar escândalos ou troca de acusações e ofensas entre os famosos?
Volto a dizer que a inteligência na utilização da tecnologia como ferramenta venha da vontade, não podemos nos esquecer da exclusão digital, de sites comprometedores, da minimalização das verbetes, mas entendo que a virtualidade ,se bem utilizada , vai ser um mecanismo de formação intelectual para quem saiba investir .Não tenho Twitter , porque sou prolixa, não sei ser minimalista e não gosto de minimalismo,tenho medo da covardia virtual, de lidar com anônimos de todas as ordens, acredito nos blogs que são possibilidades de estreitarmos relações com gente muito boa, inteligente, afinal ,a nossa entrevista se deu de forma virtual, e foi uma bela maneira de compreender a funcionalidade da Net. Sobre os famosos, os acho oportunistas se vendem virtualmente e se queixam da super exposição, são lobistas, mas não sabem fazer lobby, paradoxal. Algo na Internet me preocupa ,o fake.
18 ) Apesar de inúmeras críticas e das denúncias do “mensalão” , o presidente Lula obtém 78% de aprovação popular em seu governo. A que fatores você atribui esses índices de popularidade? Quem seria o Lula um chefe de estado de projeção internacional , um líder popular e carismático ou um perpetuador das forças neo-liberais?
Lula vai deixar a presidência como uma grande personagem, os brasileiros gostam de personagens-fakes, pena que ele não se restrinja ao Projac, coisa que Dilma não é, ele é flutuante posa como um sindicalista pobre, sem um dedo, analfabeto e como um magnata no meio de empresários; é populista e soube representar muito bem o que o país quer: engodo, mentira, números falsos blefes. O que o PT fez com a educação? O governador petista da Bahia fechou sumariamente escolas públicas, nunca se matou tanto em Salvador, é lamentável ir ao interior e ver que as pessoas acreditam nas propagandas do Topa, do bolsa família,do água em poço para todos, na nominação daqueles anônimos. Lula, no meu entender, é um populista tão cruel e oportunista como Getúlio Vargas. Lula é tudo isso que você representou, porque é uma personagem exógena que transita, em seu oportunismo, em todos os setores da sociedade e em muito ele se distancia da nossa tomada da Bastilha que foi a sua posse no primeiro mandato. Ele acabou com a classe média, governa para os pobres e se senta à mesa com os ricos e seus asseclas. Este é o modelo do político do ano para um país pobre em consciência.
19) Por fim, fale-nos sobre suas perspectivas de lançamentos futuros. Quando será lançado o próximo livro? Algum projeto em parceria com o Elenilson Nascimento?
Parcerias com Elenilson sempre serão bem vindas, estou com os meus artigos para o Literatura Clandestina e aberta às aventuras do que o futuro possa me brindar, sei que a minha literatura é ácida, me faz sofrer, mas não posso me furtar de colocar nas páginas de um livro, as impressões da vida de uma mulher de quarenta anos que se recusa a passar pela vida impunemente. No mais, agradeço ao prazer de responder às suas perguntas, aos seus comentários e foi muito bom escrever sobre as minhas impressões suscitadas por você.
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