quarta-feira, 26 de maio de 2010

PRÊMIO CLUBE DE AUTORES DE LITERATURA CONTEMPORÂNEA

A antologia poética “Poemas de Mil Compassos”, da qual tive a honra de participar junto com outros 50 poetas, concorre ao “ I prêmio Clube de Autores de Literatura Contemporânea”, criado em conjunto pelo Orkut, Ning, Twitter e pela editora Clube de Autores. O livro “ Poemas de Mil Compassos” , lançado em agosto de 2009, foi organizado pelo escritor Elenilson Nascimento que também concorre ao prêmio com a obra “ Memórias de um Herege Compulsivo”.

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HOMOFOBIA RELIGIOSA



“Em que pese o direito das religiões existirem e preservarem as suas tradições é fato incontestável que as garantias constitucionais em um estado laico como o brasileiro deve abranger indiscriminadamente todos os seus cidadãos”.

*Por Andréia de Oliveira


A sociedade sempre cria mecanismos e artifícios de repreensão dos comportamentos que diferem dos ditames do senso comum ou dos conceitos estabelecidos de normalidade. Com a homossexualidade não poderia ser diferente, embora essa seja recorrente na história da humanidade e já tenha até sido aceitada como padrão social aceitável , a exemplo da Grécia Antiga.

E assim nessa saga de erros e acertos que constitui a evolução da civilização, em pleno século XXI, com todo o avanço das ciências sociais e tecnológicas, alterações comportamentais e novas configurações familiares que surgem sinalizando a própria dinâmica natural dos costumes, ainda pesam sobre a homossexualidade toda sorte de estigmas e equívocos. Embutidos dos argumentos presentes em crenças religiosas, muitos enxergam uma espécie de estado de anomalia ou aberração com relação às uniões homoafetivas.

Essa é a opinião defendida pelo pastor Silas Malafaia , que em uma audiência pública sobre o Estatuto da Família ,no ultimo dia 12 , ao fazer associações entre a homossexualidade , a zoofilia (sexo com animais) e a necrofilia (sexo com cadáveres.). O religioso da Igreja Assembléia de Deus é veementemente contrário a instituição de garantias legais e civis a uniões entre pessoas do mesmo sexo por considerar a homossexualidade uma grave perversão ou transgressão à ordem natural, mesmo diante das prerrogativas de um estado democrático de direito, como o brasileiro, que se fundamenta na igualdade de todos perante a lei.

HOMOSSEXUALIDADE NÃO É DOENÇA – Ao lado do coro fundamentalista dos religiosos sobrepõe-se o parecer das principais organizações mundiais de saúde que não consideram a homossexualidade uma doença ou distúrbio, nem tampouco recomendam que psicólogos ou psiquiatras colaborem com serviços ou tratamentos de cura ou tentativas de reversão da condição. Em 1793, a Associação Americana de Psiquiatria , retirou a homossexualidade do rol de doenças mentais , sendo em seguida excluída do Código Internacional de Doenças . (CID). No ano de 1990, a Assembléia Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) também exclui da sua lista de doenças mentais , a homossexualidade, ratificando o posicionamento de que a orientação sexual de cada indivíduo deve ser defendida e respeitada.

O posicionamento preconceituoso com relação aos homossexuais, contudo ,parece ser uma constante entre outras religiões cristãs presentes no país. Na tentativa de justificar a proliferação da pedofilia dentro da Igreja Católica, o arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings fez alusão a aceitação de comportamentos indesejáveis por parte da sociedade, entre eles a homossexualidade, na tentativa de veiculá-la a um ato criminoso ou anormal.

DOGMATISMO RELIGIOSO – Os argumentos das religiões em sua condenação com relação à homossexualidade repousam em dos preceitos bíblicos que determina a união sexual meramente com fins reprodutivo, moldando em última instância o modelo ideal de família, formado por pai, mãe e sua prole. Dessa repreensão sexual em nítida associação ao pecado original de Adão e Eva observa-se o velho mecanismo de controle e manipulação ideológico praticado pelas religiões onde o prazer estaria necessariamente relacionado a algo espúrio e condenável. E assim mesmo diante de todas as mudanças comportamentais e das alterações nas constituições das famílias cada vez mais mononucleares , chefiadas por um único individuo , sobrevive a ideia da defesa dos modelos tradicionais, por parte dos segmentos religiosos.

Não sem razão a religião e seus dogmas constituem, hoje, um dos grandes entraves para a concessão de direitos civis básicos a parcela homossexual da população brasileira, assim como na Idade Média já tentou impedir o progresso das ciências ou lançou à fogueira da Santa Inquisição os “hereges infiéis”. O projeto de lei (PLC 122) que torna crime a discriminação de pessoas por gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero tramita no Congresso Nacional, desde de 2006 a espera da aprovação do Senado Federal, tendo como grandes opositores a chamada bancada evangélica.

Em que pese o direito das religiões existirem e preservarem as suas tradições, é fato incontestável que as garantias constitucionais em um estado laico como o brasileiro deve abrangerem indiscriminadamente todos os seus cidadãos. Como imaginar então que o direito de uma parcela da população brasileira estaria sendo assegurado quando o projeto de lei, datado de 1995 que previa a garantias civis para as uniões homoafetivas estáveis foi aprovado?

Lamentavelmente parece que crenças e dogmas valem bem mais do que a dignidade humana e nesse ponto os direitos humanos se perdem quando indivíduos não conseguem exercerem plenamente as prerrogativas de uma vida civil em função de sua orientação sexual. Seria essa a verdadeira crise de valores na atualidade, aquela focada no individualismo e no egoísmo que suscita o ódio e a intolerância em relação às minorias que não se encaixam nos ditames do senso comum.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

RACISMO LATENTE

"Indícios do racismo arraigado, estúpido e irracional sobrevivem em construções históricas, no imaginário popular e no senso comum em suas classificações e rotulações das pessoas, em função de sua etnia ou origem social"
*Por Andréia de Oliveira

Quem dera a vida fosse colorida como as tramas televisivas , onde os problemas, conflitos e preconceitos pudessem ser solucionados assim como um passe de mágica, ao sabor das vontades do autor da narrativa. Contudo, a realidade estampada em horário nobre, não corresponde necessariamente ao que se observa na dureza e frieza do cotidiano, nem mesmo quando se pretende abordar temas sérios ou polêmicos.

Durante meses a novela global Viver a Vida retratou situações ligadas a inclusão das minorias , como os portadores de necessidades especiais , exibindo exaustivamente depoimentos de pessoas comuns em suas histórias de superações ante as adversidades , em um cenário pontuado por exclusões e discriminações. Nesse rol, o emocionante depoimento da baiana Luislinda Valois que venceu a pobreza, e toda ordem de preconceitos sociais, tornando-se a primeira mulher negra juíza do país.


Contudo imaginar qualquer mudança significativa nos paradigmas de uma sociedade excludente por natureza seria uma visão surreal ,bem ao tom da fantasia novelesca que encerra sua exibição ao som de Beethoven , totalmente desconhecido aos olhos da grande maioria da massa dos incultos e ignorantes, embalados pela melodia que brota dos reality shows da vida. E assim indícios do racismo arraigado, estúpido e irracional sobrevivem em construções históricas, no imaginário popular e no senso comum em suas classificações e rotulações das pessoas, em função de sua etnia ou origem social.

Não sem razão, a ignorância humana revestida da pseudo superioridade das raças parece está sempre pronta a descortinar-se sob o véu da imaginária democracia racial em que vivemos. Dessa maneira o que poderia ser um simples engano na legenda elaborada pelo portal de noticias R7 da Record, onde a juíza Luislinda Valois pousa ao lado da atriz Natália do Vale, na verdade oculta a mentalidade preconceituosa que ainda permeia as mentes do país.

Lamentavelmente, o racismo resiste em todos os seus níveis, mascarado sob o cunho da ditadura do politicamente correto que se instala nos meios acadêmicos, intelectuais e midiáticos. Essa é uma realidade que nem mesmo todas as políticas de reparação social ou de cotas raciais conseguem negar.



sexta-feira, 7 de maio de 2010

UM DOS TALENTOS DE “ MIL COMPASSOS” EM UMA NOVA ANTOLOGIA

"A visão sensível e criativa do universo feminino em seu modo poético de investigar o mundo, sobressai-se de forma surpreendente e livre na sua tentativa precisa de humanizar os sinais e formas do pensamento racional"

A escritora baiana Cristiane d’Eça, participante do livro “Poema de Mil Compassos” , organizado pelo escritor Elenilson Nascimento em 2009, foi selecionada pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores para compor o quadro dos poetas em sua publicação “ Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos , n º 65”. O poema “ Para te encontrar, poesia” , de autoria dessa talentosa poetisa baiana que retrata a poesia como uma condição inata e inerente a alma humana pode ser conferida também em sua versão digital .

CLIQUE AQUI E CONFIRA A ANTOLOGIA DE POETAS

BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS N º 65



O ABSURDO DOS ABSURDOS SEMPRE ACONTECE NA BAHIA

Dentre todos os estados que recebeu a Parada Disney, a Bahia foi o único a conceder generosos R$ 500 mil para que o evento privado acontecesse na capital baiana, no último dia 02 .


O que era para ser uma celebração do eterno estado de bem viver do baiano, dessa vez destinada ao público infanto-juvenil, transformou-se em um grande pesadelo, ao menos para boa parte das cerca de meio milhão de pessoas que se dirigiram a orla de Salvador para vê de perto o desfile dos personagens Disney. A extrema desorganização do trânsito e o congestionamento que se formou nas imediações do local do evento, fez com muitos não chegassem a tempo de assistir o espetáculo programado para durar uma hora e meia, mas que só durou 45 minutos, frustrando ainda mais o público que chegava atrasado ao local depois de vencer toda sorte de intempéries.

O fracasso do evento foi estampado em alguns jornais da cidade e também no blog Literatura Clandestina , engrossando o rol das queixas de pessoas decepcionadas que saíram de casa cedo com suas crianças e nem de longe conseguiram acompanhar o evento. Contudo , talvez o maior acinte não tenha sido necessariamente o fracasso do evento e sim o patrocínio estatal de R$ 500.000,00 (QUINHENTOS MIL REAIS) ao evento privado.

Dentre todos os lugares que receberam a Parada Disney, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Distrito Federal , somente em solo baiano houve a disponibilização de verbas públicas para o espetáculo, que já contava com o patrocínio oficial da empresa Nestlé. Segundo, a Bahiatursa, órgão responsável pelo turismo no estado, uma das justificativas ao patrocínio estatal ao evento estaria no seu potencial em atrair visitantes à cidade, o que não foi sequer notado na rede hoteleira da cidade, segundo o superintendente do Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis da Bahia ( Sindhotéis) .

Mas ao que parece mesmo segundo informações da nota emitida pela assessoria da Bahiatursa o objetivo do patrocínio seria uma maior divulgação do estado no cenário nacional, dado uma expectativa de ampla cobertura da mídia . Curiosa essa justificativa, uma vez que o mesmo evento já havia acontecido em grandes centros do país sem a necessidade de nenhum centavo de incentivo dos governos dos estados e assim pouco se esclareceu em torno da aplicação dos R$ 500 mil disponibilizados ao evento pela Bahia.

Mas tudo bem, ao menos em se tratando de divulgação , o evento atraiu os holofotes da mídia local , no quesito desorganização e despreparo , sendo nítida a ideia de que alguma espécie de planejamento e infraestrutura só é cabível em épocas de carnaval. E assim vamos perpetuando a nossa imagem dos reis dos “rebolation” , as vésperas de mais uma copa do mundo.


IMAGENS DOS CAOS NO TRÂNSITO DA CIDADE

NAS IMEDIAÇÕES DO EVENTO

FONTES: PORTAL DA METRÓPOLE / JORNAL DA METRÓPOLE
BLOG LITERATURA CLANDESTINA