domingo, 15 de novembro de 2009

120 ANOS DE REPÚBLICA

15 de novembro de 1889, o dia da proclamação da República Brasileira, é pouco conhecido por parte da população que permanece excluído de importantes acontecimentos do país.

Por Andréia de Oliveira

Esta é uma verdade latente, ao menos para boa parte dos soteropolitanos entrevistados nas ruas pelo jornal baiano “ A tarde”* que disseram não lembrar ao certo da data histórica de 15 de novembro, feriado nacional, que este ano cai justamente em um dia de domingo. O motivo de tamanha ignorância não remete unicamente a salutar falta de memória ou de educação do povo brasileiro, excluído este, das grandes decisões e fatos históricos do país, seja pela carência de consciência política ou falta de capacidade de mobilização. E assim, o célebre evento que marca as páginas de nossos livros de história nada mais foi do que um golpe de estado, articulado pelas elites republicanas do país, encabeçada pelo exército, de forma pacífica, sem conflitos ou derramamento de sangue, na figura do Marechal Deodoro da Fonseca, que veio a ser o 1º presidente do país.

Não cabe aqui discutir as motivações política de tal ato, uma vez que está inserido na própria evolução sócio - econômica de uma sociedade que no final do século XIX, não se adequava mais aos moldes de um modelo ruralista e escravocrata. Contudo, é notória a falta de participação popular em um processo que deu origem a forma de governo que se vivencia hoje, ausência essa que marcou assim a história do presidencialismo no país, onde poucos momentos de mobilização podem ser citados, ainda assim com ressalvas, dada à manipulação oculta do dito povo por uma elite que estrategicamente utilizou as camadas populares como massa de manobra. Importante citar, assim, o impeachment do presidente Collor, cuja oposição arrastou para as ruas a multidão dos “caras pintadas” , jovens estudantes e alguns segmentos da população incitados a protestar contra um governo, que embora eleito como representante das oligarquias do país, contrariava seus interesse com seus atos tresloucados.

O fato é que nossa história republicana, o povo participou como mero coadjuvante, mesmo em importantes momentos onde esteve presente a resistência articulada por meio de grupos de oposições organizados ao um governo instalado, a exemplo da luta contra a ditadura militar instalada no país em 1964. Ao que pese todo o respeito contra esses lendários guerreiros, muitos dos quais que deram a vida pelo ideal de libertação do país dos ditames de um governo sanguinário e autoritário, o fato é que esse movimento ficou restrito a um grupo restrito de intelectuais, trabalhadores e políticos que possuíam uma orientação política e ideológica mais a esquerda. Dessa maneira é plausível inserir esse movimento dentro do contexto da guerra fria que se instalou no mundo após a 2ª guerra, com sua dicotomia acirrada entre a ideologia comunista e capitalista e não necessariamente como produto de uma articulação das camadas populares, mesmo que houvesse na pauta de reivindicações dos revolucionários de 64 demandas inerentes ao menos favorecidos.

E assim prossegue o povo, uma velha retórica manipulável no discurso de uma república que apenas reproduz a histórica luta pela apropriação das riquezas e do poder por grupos restritos. Enquanto isso, assistirmos ao fim de um governo pretensamente popular, eleito por conta de uma aliança com a elite política e empresarial desse país, que tenta agora impor uma sucessora, meramente burocrata e técnica, sem representativamente alguma. Uma eleição nada improvável, levando-se em consideração a chegada ao poder de um ex-líder sindical do ABC paulista, que teve sua imagem habilmente modificada pelo marketing político e pousa como o queridinho das elites, em oposição ao seu passado de luta operária.E quanto a data de 15 de novembro? Melhor esquecer mesmo, afinal já estamos bastante abastecidos com o melhor da política do pão e circo: copa do mundo em 2014, olimpíadas em 2016 , a pop star Madonna no Rio, as festas de final de ano e o carnaval que se aproxima. Para quê lembrar da história escusa dessa republiqueta?


* Pesquisa publicada no Jornal " A Tarde" do dia 14 /11/09


sábado, 14 de novembro de 2009

O LADO OBSCURO DA INTERNET

Intrigas, ofensas e futilidades contradizem o conceito da inteligência coletiva formulado por Pierre Lévy.Por Andréia de Oliveira*
O excesso de otimismo de Pierre Lévy, um dos mais importantes filósofos da atualidade, com relação à internet, é embasado no interessante conceito da inteligência coletiva formada através dos ciberespaços, local, por excelência, das relações virtuais, onde as informações interagem, complementam-se e modificam-se por meio da incessante cadeia de interações do conhecimento humano.
Segundo Lévy, o surgimento da informática, em especial da internet, potencializa os atributos da cognição humana, favorecendo o intercâmbio de informações, em um processo de universalização cultural que se configura plena em sua ausência de totalidade ou direção.
De fato, as profecias de Lévy a respeito da emergência da cybercultura como um universo livre de troca e aglutinação do conhecimento é justificado, em parte, pelo fortalecimento da internet como um meio ativo do fortalecimento e propagação da cultura humana, através do qual é possível a interação dos saberes humanos, em uma dimensão jamais imaginada a séculos atrás. Emerge-se assim as enciclopédias virtuais, os e-books, os fóruns de debate, os sites jornalísticos e culturais, onde qualquer pessoa esteja no interior do país ou nos grandes centros urbanos do mundo tem acesso em tempo real, possibilitando a democratização do conhecimento, antes restrito por limitações geográficas, econômicas ou sociais.
Contudo, por mais positivo que possa parecer as perspectivas desse universo cibernético, importante ressalva deve ser feita ao elemento balizador dos opositores das ideias de Lévy, no que diz respeito à visão otimista acerca da evolução positiva da internet. Tais opiniões repousam justamente na quantidade de material de qualidade duvidosa que veicula na rede, a exemplo dos conteúdos fúteis de sites de variedades, da superficialidade dos sites de relacionamento, exposição e divulgação de pornografia (inclusive infantil) ou da apologia à violência, entre outros.
Por mais contraditório que seja o ciberespaço de Lévy, local destinado a aglutinação das culturas, transforma-se, assim, em um veiculo midiático de exposição de celebridades instantâneas, arrogantes na maioria das vezes que se utilizam de sua projeção na rede para divulgar suas ideias descabidas, preconceituosa e ilusórias. Refiro-me aos pseudos-intelectuais da net, dos chamados formadores de opiniões - ao menos para o seu clã inculto de asseclas - que no seu auge de uma autoridade que se oculta por detrás de uma identidade virtual, julgam-se no direito de sentenciar o veredicto final sobre o quer que seja.
Essas figurinhas, em geral nerds globalizados com toda a estupidez do espaço cibernético, são acometidas da síndrome do narcisismo, passando a refletir nas distorcidas imagens dos monitores dos micros-computadores o espelho inacabado de suas pretensas grandiosidades. Seu habitat natural abrange o confortável universo dos blogs, sites, comunidades virtuais onde se armam da munição espúria dos escândalos, polêmicas ou ofensas, de maneira que possam garantir a sobrevivência de uma genialidade, quiçá questionável.
Assim, em meio a imagens projetadas artificialmente, proferem seus discursos evasivos provocativos de polêmicas estúpidas e considerações um tanto quanto desnecessárias. Falo com certo conhecimento de causa, pois recentemente tive meu nome envolto nessa rede de intrigas da internet, simplesmente porque emiti uma opinião sobre o talento de um jovem escritor e jornalista, vítima de insultos, xingamentos e ofensas por um suposto plágio de um texto devidamente referenciado com a fonte, publicado no Literatura Clandestina, acrescido de um pequeno comentário do autor do blog.
Não cabe aqui qual alusão ao referido episódio “do plágio” que sequer existiu de fato, já que esse assunto já foi devidamente explorando, comentado e esclarecido. Mas, cabe sim, um questionamento a respeito dos arrogos dos falsos moralistas que se muniram de argumentos vis e mentirosos na tentativa de contra-argumentar o suposto erro com outro maior ainda, perdendo-se no ambiente de uma ética inexistente das relações virtuais, onde as identidades reais são preservadas por perfis falsos.
Sei que falar em ética nos dias de hoje é algo surreal, já que parece que vivemos sob a égide dos justiceiros e sua moral de conveniência, que fazem valer a máxima de Maquiável em seus protestos insanos por uma justiça que, com certeza, eles não saberiam vivenciar. E, assim, prosseguem em suas aparições sensacionalistas das celeumas pré-fabricadas da internet, afrontando seus opositores com o mesmo afã daqueles que perseguiam uma mulher adúltera nos tempos de Cristo e não resistiriam, com toda certeza, ao célebre teste do “atire a primeira pedra”, tamanha as suas levianiedades, insensatezes e soberbas.
Mas falar de Jesus Cristo, nos tempos de hoje, é um assunto um tanto quanto anacrônico - mesmo para aqueles que se dizem seus seguidores- no mundo globalizado e conectado com as últimas novidades que permeiam a internet. E, dessa maneira, caminha a sociedade descarregando todo o seu artefato moralista contra as pernas da estudante da Uniban, que anda aproveitando bem os seus quinze minutos de fama, tornando-se a celebridade da vez desse universo efêmero e superficial.
Estranha, doente e contraditória moral de uma sociedade que elege a sexualidade como elemento máximo, ao menos tempo que a reprime como se fosse possível dissimular sua própria amoralidade, que se ocultar na platéia dos espetáculos deprimentes e escusos, exibidos com toda exaustão e sensacionalismo nos canais midíaticos da rede mundial de computadores.
E, enquanto isso, assistirmos a predição de Pierre Lévy a respeito da INTELIGÊNCIA COLETIVA, transformar-se em um ideal distante e imaginário de uma era longínqua, onde quem sabe as idéias possam ser sabiamente debatidas e a circulação da informação seja motivada pelo anseio de elevação do conhecimento humano.

sábado, 7 de novembro de 2009

ANDREIA DE OLIVEIRA ENTRE OS MELHORES POETAS DE 2009 DA CBJE


O Panorama Literário Brasileiro do ano de 2009 da Câmara Brasileira de Jovens Escritores publicará o poema “ A rosa dos ventos dos Lamentos Racionais” de autoria da poetisa Andréia de Oliveira.

A câmara Brasileira de Jovens Escritores, selecionou o poema “ A rosa dos ventos dos Lamentos Racionais “ de autoria de Andréia de Oliveira, publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos nº 57, para participar de uma publicação que reunirá os mais belos poemas do ano de 2009. Participou dessa seletiva 500 poemas, inscritos no período de novembro 2008 a outubro 2009 , submetidos à Comissão Permanente de Avaliação da Câmara Brasileira de Jovens Escritores juntamente com 06 grupos especiais , composto por 10 leitores em média, que atribuiu notas de 10 a 50 para cada obra avaliada. As obras melhores pontuadas estarão reunidos no “Panorama Literário Brasileiro”, a ser lançado em dezembro de 2009, um documento histórico da CBJE , editado todos os anos desde de 2004 , com o objetivo de registrar os melhores poemas inscritos em suas seletivas.

Fonte: CBJE